E como o Natal à maneira só fica completo se houver presépio, porque não falar um pouco sobre ele?
Confesso que actualmente em minha casa não há presépio mas em criança não só fazia em casa dos meus pais, como já relatei no post sobre as árvores de Natal, como ainda participava activamente na sua "criação" na Igreja da minha aldeia em conjunto com os meus amigos de infância...
Claro que os mais velhos trabalhavam sempre mais, e os mais novos, aproveitavam para socializar.. AHAAHHH grandes tarde a jogar ao "mata" se passavam no átrio da Igreja. Tempos que desejo a todas as crianças, pois eram tempos de tranquilidade e de liberdade sem perigos...
Ora o presépio é uma referência cristã que remete para o nascimento de Jesus numa gruta de Belém, na companhia de São José e Maria. Conta a Bíblia que, depois de muito tempo à procura de um lugar para albergar o casal, que se encontrava em viagem por motivo de resenseamento de toda a Galileia, São José e a Virgem Maria tiveram que pernoitar numa gruta ou cabana nas imediações de Belém. Jesus terá então nascido numa manjedoura destinada a animais (no presépio, uma vaca e um burro) e foi reconhecido, no momento do nascimento, por pastores da região, avisados por um Anjo, e, uns dois anos mais tarde, não na manjedoura, mas na casa de Jesus, por magos (ou reis ou astrólogos, a bíblia não diz se eram três) vindos do oriente, guiados por uma Estrela, que teriam oferecido ouro, incenso e mirra à criança.
Segundo a história, estes acontecimentos ocorreram no tempo do Rei Herodes, que teria mandado matar todas as crianças por medo de perder o seu trono para o futuro rei dos judeus.
Por tal facto, tornou-se costume em várias culturas montar um presépio na época natalícia.
Variam em tamanho, alguns em miniatura, outros em tamanho real.
O primeiro presépio do mundo terá sido montado em argila, por São Francisco de Assis, no ido ano de 1223. Nesse ano, em vez de festejar a noite de Natal na Igreja, como era seu hábito, o Santo fê-lo na floresta de Greccio, para onde mandou transportar uma manjedoura, um boi e um burro, para melhor explicar o Natal às pessoas comuns, camponeses que não conseguiam entender a história do nascimento de Jesus.
O costume espalhou-se por entre as principais Catedrais, Igrejas e Mosteiros da Europa durante aa Idade Média, começando a ser montado também nas casas de Reis e Nobres já durante o Renascimento. Em 1567, a Duquesa de Amalfi mandou montar um presépio que tinha 116 figuras para representar o nascimento de Jesus, a adoração dos Reis Magos e dos pastores e o cantar dos anjos. Foi já no Século XVIII que o costume de montar o presépio nas casas comuns se disseminou pela Europa e depois pelo mundo.
Em Portugal, o presépio tem tradições muito antigas e enraizadas nos costumes populares Este é montado no início do Advento sem a figura do Menino Jesus que só é colocada na noite de Natal, depois da Missa do Galo.
Tradicionalmente, é perto do presépio que são colocados os presentes que são distribuídos depois de se colocar a imagem do Menino Jesus. O presépio é desmontado a seguir ao Dia de Reis.
O chamado Presépio Tradicional Português é - ao contrário do que encontramos nos outros países - formado por figuras tão diversas que não correspondem exactamente à época que deveriam representar. À excepção das figuras da Sagrada Família (São José, a Virgem Maria e o Menino Jesus), dos pastores e dos Três Reis Magos, todas as restantes figuras que surgem no Presépio Tradicional Português foram adicionadas com vista a dar uma representação "mais portuguesa" à história da Natividade. Aliás nem podia ser de outra maneira... tem de haver sempre um cunho pessoal...
Assim, podemos encontrar figuras como: um moleiro e o seu moinho, uma lavadeira, alguns bailarinos de um rancho folclórico, uma mulher com um cântaro na cabeça, uma banda de música, entre muitos outros personagens divertidos e tipicamente portugueses. A origem destas peças de cerâmica é dos arredores da cidade de Barcelos, na Região Norte de Portugal e, ainda hoje, são todas produzidas com origem artesanal.
Confesso - em casa da minha mãe, havia de tudo... nem um rio faltava!! Quanto mais melhor ;)
E o significado de cada uma das figuras?! Quem já pensou nisso?
- Menino Jesus: É o filho de Deus. Foi o escolhido para ser o salvador do povo.
- Virgem Maria: É a mãe do filho de Deus. Do seu ventre, nasceu Jesus Cristo.
- São José: É o pai adotivo do Menino Jesus; foi um homem judeu, conhecido como carpinteiro de profissão.
- Gruta ou Curral: É o local simbolizado pelo presépio. O curral era onde se guardava o gado. Por isso, no presépio, o Menino Jesus fica sobre palhas, numa manjedoura.
- Manjedoura: É um lugar de aconchego onde Jesus ficou quando nasceu. É como se fosse o berço de Jesus.
- Um burro, um boi, o galo e as ovelhas: Os animais representam a simplicidade do local onde Jesus nasceu. "Jesus não nasceu em palácios, nem em lugares luxuosos, mas sim no meio dos animais". O boi representa ainda a bondade e a força pacífica e ainda o povo hebreu e o sacrifício. O burro simboliza a humildade e os pagãos. O galo anuncia a chegada de Jesus numa boa nova. Já as ovelhas simbolizam além de serem os animais dos pastores querem demonstrar que Jesus veio ao mundo sacrificar-se por nós.
- Anjos: Os anjos anunciam aos pastores a chegada do filho de Deus. Eles sabem que nasceu o salvador.
- Pastores: Os pastores são homens do campo, que simbolizam a simplicidade do povo, já que Deus acolhe a todos sem se importar com sua condição social. Representam ainda o povo hebreu.
- Estrela de Belém: A estrela de Belém é aquela que se coloca no alto da árvore de Natal. Foi ela que guiou os três Reis Magos quando Jesus Cristo nasceu.
- Três Reis Magos: Os três Reis Magos - Gaspar, Baltasar e Belchior - representam os povos pagãos. Eram considerados sábios. Estes três nomes simbolizam as raças distintas, representando a universalidade da Salvação. Eles vieram do Oriente conduzidos pela estrela. Chegaram à cidade de Belém, local de nascimento do Menino Jesus, trazendo presentes: mirra, ouro e incenso. O ouro representava a realeza, a mirra era símbolo da paixão e o incenso é oferecido a Deus: representa a divindade de Jesus.